"Que bom ver que continuam tão ‘fofas’... Mas a minha novidade é, com certeza, melhor do que isso. Os meus primos voltaram comigo para Primavera! Vão morar lá! Sabe o que isso significa? Que vamos estudar juntos!!! AH! Estou tão feliz com isso...”.
Eu e a Mariana abrimos um leve sorriso debochado.
“Ah, sim! Obrigada pelo apoio. Um pouquinho mais de animação não mataria vocês. Não se pode nem mais compartilhar a alegria com as amigas nessa vida...”, Sally fazendo bico.
“Oh, meu deusu. Não fica assim, Lilizinha querida. A gente tá feliz por você. Pode sim contar com o nosso apoio.”, a Mariana debochando da Sally.
Passamos o resto da tarde rindo e implicando uma com a outra, matando a saudade, por assim dizer.
Depois de pegar as malas delas no hotel passamos num supermercado.
A Mariana preparou o nosso jantar; já conhecia os seus dotes culinários. A Sally ficou de limpar a louça após o jantar, mas antes que os pratos chegassem a pia ela os deixou cair no chão. Eu fugi das tarefas.
Fomos deitar cedo, pois as meninas estavam muito cansadas. Tinham chegado da viagem no mesmo dia e já foram ao meu encontro.
No dia seguinte ainda eram seis horas da manhã e a duas acamparam do lado da minha cama tentando me acordar.
“Ah, Mimi, eu lamento muito, mas a Mari me acordou... Também não vou deixar você dormir.”.
“Vocês dormem muito. Não sei dirigir e ontem não compramos nada para o café de hoje. Você é a única que sabe dirigir aqui, Min...”.
“E você vai comigo?!... Pensei que achasse perigoso.”, falei ainda mal humorada.
“Não mesmo. Vai com a Lily, ela é doida feito você. Eu já vou fazer muito preparando o café de vocês. É uma vergonha, desse tamanho e não sabem nem fritar um ovo. E compre mais pratos, porque a dona Sally vai continuar a quebrá-los, digo, lavá-los.”.
“E tinha que sobrar pra mim. Ah não, deixa a Yasmin ir sozinha... Até eu me arrumar já deu a hora do almoço...”.
“É doida, menina! Vai deixar a Yasmin fazer compras sozinha? Ela ainda é pior que você nessas coisas... E ainda tá cedo, dá tempo de sobra pra se arrumar.”.
“Ah, então você fala com a Lily o que é pra comprar, porque eu só vou levar e trazer.”.
“Nossa, vocês duas são insuportáveis quando acordam. E eu que pensava que acordava mal humorada...”.
Acompanhei a Sally nas compras, mas não me intrometi na lista. Cheguei e voltei a dormir. Ainda tinha sono e não suportava que me acordassem...
Ao acordar, a Mariana já estava cuidando do almoço, enquanto a Sally a observava.
“Olá, meninas.”, disse mais alegre dessa vez.
“A chata chegou...”, a Sally brincou ao comentar com a Mariana.
“Vocês já viram o colégio?”, perguntei.
“Ainda não.”.
“É, também não.”.
“A gente podia ir lá hoje. Não cheguei a ver o interior dele, queria fazer isso com vocês.”.
“Ah, seria ótimo! Só espero que tenham caprichado, porque ninguém merece passar a semana inteira, dia à noite, num lugar mal acabado.”, comentário típico da Sally.
“Claro, porque dentre tantas coisas importantes a aparência do colégio é a mais.”, ironizou, ”Tô bem mais preocupada com a biblioteca e com os novos professores.”.
“Só quero saber se você já falou com o Bruno ou com o diretor, Sally.”.
“Eita! Falar o que?!”, sabia que ela tinha esquecido.
“Conseguir nos colocar na mesma turma, quartos próximos... E já vi que não falou. Mal temos uma semana pra ver isso, Sally... Poxa, confiei em você.”, não era vital estar próxima a elas, mas se tinha essa possibilidade...
“Desculpa, meninas... Não briguem comigo. Fui deixando, fui deixando e acabei esquecendo, mas vou arrumar isso hoje mesmo.”.
“Vai logo, antes que esqueça de novo.”, Mariana.
“Poxa, ninguém confia em mim...”, Sally fazendo falso drama.
“E você vai falar com quem? Com o diretor ou com o Bruno?”.
“Não sei qual é a pior opção... Aff! Agora que to pensando nisso. Olha só o que não faço por vocês... Acho que vou tentar primeiro com o insuportável do Bruno. Diretor deixa pra último nível de desespero.”.
Eu e a Mariana ficamos rindo, imaginando em como a Sally iria conseguir isso.
“Quero até ouvir a sua conversa com ele, pra saber como você vai conseguir.”.
“Ah, obrigada pelo apoio! Mas vai ficar só na vontade... Não tem como eu conseguir me concentrar com vocês rindo de mim.”, isso só me deixou com mais vontade de ouvir, mas achei melhor não atrapalhar.
“Ah, poxa...”, zombei.
sábado, 28 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
1- Férias
Depois de tantos rompimentos e reconciliações com o André já não suportava mais sequer ver a sua cara. Poucos dias antes das férias rompi com ele pela última vez; estava decidida. Não conseguia mais amá-lo com todas aquelas mentiras e traições. Já tinha ido até o meu limite.
A família da Mariana tinha o costume de passar as férias numa fazenda. A Mariana expressou o seu desejo de me convidar, mas disse que não poderia, já que o costume incluía apenas a família.
Por vezes quis que a minha família fosse como a dela, mas já estava crescida o suficiente para saber que isso jamais aconteceria.
Já a Sally sempre passava as férias com os primos, não importava onde. Quase sempre o Jack a acompanhava. Dessa vez eles foram aos Estados Unidos, não via muita graça lá, mas os seus primos gostavam tanto daquele lugar que já estavam morando lá há uns quatro ou cinco anos.
Ela me convidou, mas achei melhor recusar.
A senhora Campbell planejava o meu casamento com o André desde antes do começo do nosso namoro. Também sonhei com aquele casamento, mas isso já não fazia mais parte de meus planos.
A Sandra não aceitava o fim do meu namoro. Numa tentativa de mudar isso, os jantares entre a família Campbell e Soares se tornaram constantes, na mesma proporção em que eu dormia sem jantar.
Por todos esses fatores preparei as minhas malas e decidi passar as minhas férias numa das casas da minha família que ficava em outra cidade.
Apesar de saber dirigir ainda não tinha idade para fazê-lo, por isso só usava o carro para curtos passeios em Primavera. Sendo assim, tive que me contentar em ser levada pelo motorista da família.
Aquele tempo sozinha me fez muito bem. Só em poder voltar a acordar tarde já fazia do meu dia melhor. Passava o restante das minhas horas me exercitando ou vendo televisão.
Mesmo sem saber cozinhar não precisava sair para comer. Era só necessário um telefonema e a comida vinha até mim.
Saí poucas vezes, apenas para ver como a cidade estava e, principalmente, para conferir a nova localidade do nosso colégio. Agora seria um internato e essa notícia me deixou radiante; longe da Sandra só poderia ser bom.
Sally, com aquela cabecinha de borboleta, nunca se lembrava de ligar para mim. As poucas vezes que tive notícias suas foram porque eu telefonei para ela, mas era difícil manter uma ligação por mais de cinco minutos, Sally estava sempre ocupada.
Já com a Mariana foi possível até marcar um horário para que conversássemos através do MSN. Ela dizia estar amando as mudanças que tinham sido feitas naquele lugar e os motivos das suas alegrias sempre me surpreendiam...
Tinham criado uma biblioteca e a minha querida amiga devoradora de livros ficou apaixonada. Disse que lá era o melhor lugar para ler, pois além de tudo o lugar era lindo e muito agradável. Eu achava engraçado, pois não passaria as minhas férias lendo nem que me obrigassem.
Numa daquelas rápidas ligações para a Sally consegui combinar de passarmos uma semana juntas na casa onde eu estava. Já não aguentava mais de saudades das duas (Sally e Mariana).
Marcamos para o dia vinte e cinco do mesmo mês, numa lanchonete (McDonald’s).
Assim que avistei a Mariana, que já estava no local combinado antes do horário, pude perceber o quanto estava mais vaidosa.
Estava visivelmente mais magra e se eu sentiria falta de suas bochechas fofas podia imaginar o quanto a Sally, que vivia as apertando, não sentiria.
“Mari! Como você tá?”, disse enquanto nos abraçávamos.
“Tô bem e você? Ficou bem ruiva...”.
Sally sempre se atrasava e enquanto a esperávamos fizemos os nossos pedidos e escolhemos um lugar para nos sentarmos.
Dessa vez ela não se atrasou muito; uns quinze minutos.
Ela estava com um corte de cabelo que ficou muito bem nela e com aquele mesmo jeitinho exagerado dela de ser.
“Meu Deus! Apenas vinte dias longe de vocês e olha o quanto estão diferentes! Estão lindas! E como foram as férias de vocês?”, despejou de uma vez.
“Estou bem e você?”, disse enquanto era sufocada por um abraço.
“Estou ótima, Mimi... Mas e você, Mari?”.
“Estaria melhor se você não atrasasse sempre...”, a Mariana respondeu em tom de falsa bronca.
“Ah... Deixa de ser chata e me dá logo um abraço.”.
Enquanto elas se abraçavam os nossos pedidos chegaram.
“Eita! Vocês pediram pra mim?!”.
“Claro, você não chegava nunca.”, a Mariana pegaria no pé da Sally pelo resto do dia, já podia prever.
“E como sabiam que eu ia pedir isso? Isso é coisa da bruxa que agora ta ruiva, né, Mari?!”, Sally estava surpresa, mas ela sempre fazia o mesmo pedido, como eu não saberia o que pedir por ela?!
“Ah! Vocês não sabem a ma-ra-vi-lho-sa novidade que tenho pra contar! Pelo menos pra mim, né!”, disse Sally entusiasmada.
“A Raquel e o André se casaram?!”, a Mariana brincou, querendo implicar comigo.
“O Cottizinho e a Katezinha vão ter um lindo bebê?!”, dei o troco.
A família da Mariana tinha o costume de passar as férias numa fazenda. A Mariana expressou o seu desejo de me convidar, mas disse que não poderia, já que o costume incluía apenas a família.
Por vezes quis que a minha família fosse como a dela, mas já estava crescida o suficiente para saber que isso jamais aconteceria.
Já a Sally sempre passava as férias com os primos, não importava onde. Quase sempre o Jack a acompanhava. Dessa vez eles foram aos Estados Unidos, não via muita graça lá, mas os seus primos gostavam tanto daquele lugar que já estavam morando lá há uns quatro ou cinco anos.
Ela me convidou, mas achei melhor recusar.
A senhora Campbell planejava o meu casamento com o André desde antes do começo do nosso namoro. Também sonhei com aquele casamento, mas isso já não fazia mais parte de meus planos.
A Sandra não aceitava o fim do meu namoro. Numa tentativa de mudar isso, os jantares entre a família Campbell e Soares se tornaram constantes, na mesma proporção em que eu dormia sem jantar.
Por todos esses fatores preparei as minhas malas e decidi passar as minhas férias numa das casas da minha família que ficava em outra cidade.
Apesar de saber dirigir ainda não tinha idade para fazê-lo, por isso só usava o carro para curtos passeios em Primavera. Sendo assim, tive que me contentar em ser levada pelo motorista da família.
Aquele tempo sozinha me fez muito bem. Só em poder voltar a acordar tarde já fazia do meu dia melhor. Passava o restante das minhas horas me exercitando ou vendo televisão.
Mesmo sem saber cozinhar não precisava sair para comer. Era só necessário um telefonema e a comida vinha até mim.
Saí poucas vezes, apenas para ver como a cidade estava e, principalmente, para conferir a nova localidade do nosso colégio. Agora seria um internato e essa notícia me deixou radiante; longe da Sandra só poderia ser bom.
Sally, com aquela cabecinha de borboleta, nunca se lembrava de ligar para mim. As poucas vezes que tive notícias suas foram porque eu telefonei para ela, mas era difícil manter uma ligação por mais de cinco minutos, Sally estava sempre ocupada.
Já com a Mariana foi possível até marcar um horário para que conversássemos através do MSN. Ela dizia estar amando as mudanças que tinham sido feitas naquele lugar e os motivos das suas alegrias sempre me surpreendiam...
Tinham criado uma biblioteca e a minha querida amiga devoradora de livros ficou apaixonada. Disse que lá era o melhor lugar para ler, pois além de tudo o lugar era lindo e muito agradável. Eu achava engraçado, pois não passaria as minhas férias lendo nem que me obrigassem.
Numa daquelas rápidas ligações para a Sally consegui combinar de passarmos uma semana juntas na casa onde eu estava. Já não aguentava mais de saudades das duas (Sally e Mariana).
Marcamos para o dia vinte e cinco do mesmo mês, numa lanchonete (McDonald’s).
Assim que avistei a Mariana, que já estava no local combinado antes do horário, pude perceber o quanto estava mais vaidosa.
Estava visivelmente mais magra e se eu sentiria falta de suas bochechas fofas podia imaginar o quanto a Sally, que vivia as apertando, não sentiria.
“Mari! Como você tá?”, disse enquanto nos abraçávamos.
“Tô bem e você? Ficou bem ruiva...”.
Sally sempre se atrasava e enquanto a esperávamos fizemos os nossos pedidos e escolhemos um lugar para nos sentarmos.
Dessa vez ela não se atrasou muito; uns quinze minutos.
Ela estava com um corte de cabelo que ficou muito bem nela e com aquele mesmo jeitinho exagerado dela de ser.
“Meu Deus! Apenas vinte dias longe de vocês e olha o quanto estão diferentes! Estão lindas! E como foram as férias de vocês?”, despejou de uma vez.
“Estou bem e você?”, disse enquanto era sufocada por um abraço.
“Estou ótima, Mimi... Mas e você, Mari?”.
“Estaria melhor se você não atrasasse sempre...”, a Mariana respondeu em tom de falsa bronca.
“Ah... Deixa de ser chata e me dá logo um abraço.”.
Enquanto elas se abraçavam os nossos pedidos chegaram.
“Eita! Vocês pediram pra mim?!”.
“Claro, você não chegava nunca.”, a Mariana pegaria no pé da Sally pelo resto do dia, já podia prever.
“E como sabiam que eu ia pedir isso? Isso é coisa da bruxa que agora ta ruiva, né, Mari?!”, Sally estava surpresa, mas ela sempre fazia o mesmo pedido, como eu não saberia o que pedir por ela?!
“Ah! Vocês não sabem a ma-ra-vi-lho-sa novidade que tenho pra contar! Pelo menos pra mim, né!”, disse Sally entusiasmada.
“A Raquel e o André se casaram?!”, a Mariana brincou, querendo implicar comigo.
“O Cottizinho e a Katezinha vão ter um lindo bebê?!”, dei o troco.
Assinar:
Postagens (Atom)