quinta-feira, 26 de novembro de 2009

1- Férias

Depois de tantos rompimentos e reconciliações com o André já não suportava mais sequer ver a sua cara. Poucos dias antes das férias rompi com ele pela última vez; estava decidida. Não conseguia mais amá-lo com todas aquelas mentiras e traições. Já tinha ido até o meu limite.


A família da Mariana tinha o costume de passar as férias numa fazenda. A Mariana expressou o seu desejo de me convidar, mas disse que não poderia, já que o costume incluía apenas a família.


Por vezes quis que a minha família fosse como a dela, mas já estava crescida o suficiente para saber que isso jamais aconteceria.


Já a Sally sempre passava as férias com os primos, não importava onde. Quase sempre o Jack a acompanhava. Dessa vez eles foram aos Estados Unidos, não via muita graça lá, mas os seus primos gostavam tanto daquele lugar que já estavam morando lá há uns quatro ou cinco anos.


Ela me convidou, mas achei melhor recusar.


A senhora Campbell planejava o meu casamento com o André desde antes do começo do nosso namoro. Também sonhei com aquele casamento, mas isso já não fazia mais parte de meus planos.


A Sandra não aceitava o fim do meu namoro. Numa tentativa de mudar isso, os jantares entre a família Campbell e Soares se tornaram constantes, na mesma proporção em que eu dormia sem jantar.


Por todos esses fatores preparei as minhas malas e decidi passar as minhas férias numa das casas da minha família que ficava em outra cidade.


Apesar de saber dirigir ainda não tinha idade para fazê-lo, por isso só usava o carro para curtos passeios em Primavera. Sendo assim, tive que me contentar em ser levada pelo motorista da família.


Aquele tempo sozinha me fez muito bem. Só em poder voltar a acordar tarde já fazia do meu dia melhor. Passava o restante das minhas horas me exercitando ou vendo televisão.


Mesmo sem saber cozinhar não precisava sair para comer. Era só necessário um telefonema e a comida vinha até mim.


Saí poucas vezes, apenas para ver como a cidade estava e, principalmente, para conferir a nova localidade do nosso colégio. Agora seria um internato e essa notícia me deixou radiante; longe da Sandra só poderia ser bom.


Sally, com aquela cabecinha de borboleta, nunca se lembrava de ligar para mim. As poucas vezes que tive notícias suas foram porque eu telefonei para ela, mas era difícil manter uma ligação por mais de cinco minutos, Sally estava sempre ocupada.


Já com a Mariana foi possível até marcar um horário para que conversássemos através do MSN. Ela dizia estar amando as mudanças que tinham sido feitas naquele lugar e os motivos das suas alegrias sempre me surpreendiam...


Tinham criado uma biblioteca e a minha querida amiga devoradora de livros ficou apaixonada. Disse que lá era o melhor lugar para ler, pois além de tudo o lugar era lindo e muito agradável. Eu achava engraçado, pois não passaria as minhas férias lendo nem que me obrigassem.


Numa daquelas rápidas ligações para a Sally consegui combinar de passarmos uma semana juntas na casa onde eu estava. Já não aguentava mais de saudades das duas (Sally e Mariana).


Marcamos para o dia vinte e cinco do mesmo mês, numa lanchonete (McDonald’s).
Assim que avistei a Mariana, que já estava no local combinado antes do horário, pude perceber o quanto estava mais vaidosa.


Estava visivelmente mais magra e se eu sentiria falta de suas bochechas fofas podia imaginar o quanto a Sally, que vivia as apertando, não sentiria.


“Mari! Como você tá?”, disse enquanto nos abraçávamos.
“Tô bem e você? Ficou bem ruiva...”.


Sally sempre se atrasava e enquanto a esperávamos fizemos os nossos pedidos e escolhemos um lugar para nos sentarmos.


Dessa vez ela não se atrasou muito; uns quinze minutos.
Ela estava com um corte de cabelo que ficou muito bem nela e com aquele mesmo jeitinho exagerado dela de ser.


“Meu Deus! Apenas vinte dias longe de vocês e olha o quanto estão diferentes! Estão lindas! E como foram as férias de vocês?”, despejou de uma vez.


“Estou bem e você?”, disse enquanto era sufocada por um abraço.


“Estou ótima, Mimi... Mas e você, Mari?”.
“Estaria melhor se você não atrasasse sempre...”, a Mariana respondeu em tom de falsa bronca.


“Ah... Deixa de ser chata e me dá logo um abraço.”.
Enquanto elas se abraçavam os nossos pedidos chegaram.


“Eita! Vocês pediram pra mim?!”.
“Claro, você não chegava nunca.”, a Mariana pegaria no pé da Sally pelo resto do dia, já podia prever.


“E como sabiam que eu ia pedir isso? Isso é coisa da bruxa que agora ta ruiva, né, Mari?!”, Sally estava surpresa, mas ela sempre fazia o mesmo pedido, como eu não saberia o que pedir por ela?!


“Ah! Vocês não sabem a ma-ra-vi-lho-sa novidade que tenho pra contar! Pelo menos pra mim, né!”, disse Sally entusiasmada.


“A Raquel e o André se casaram?!”, a Mariana brincou, querendo implicar comigo.


“O Cottizinho e a Katezinha vão ter um lindo bebê?!”, dei o troco.

2 comentários:

  1. Novamente, estou aqui.
    Já tinha começado a ler essa temporada, entretanto, com meu tempo sem internet preferi voltar e ler tudo novamente.
    Continuando>>

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