segunda-feira, 1 de março de 2010

16- A sensação esperada

“Vou agora mesmo ver essas coisas. Tenho que falar com o Bruno, com a Fernanda... E tô sentindo que tô esquecendo alguma coisa... Bem, acho que não tem problema se eu der uma saídinha, né?! Não tem ninguém pra ajudar mesmo...”, Sally.
“Vai logo, Sally.”.
“É, ninguém te quer aqui não.”, Mariana conseguia ser sempre a mais implicante.




Depois que a Sally saiu a Mariana resolveu usar a internet. Eu quis ver como estava o ensaio da banda, que ficava na sala ao lado. Sem a Sally com o seu jeito extrovertido, senti-me um tanto intrometida ao entrar na sala deles.
Logo reconheci a música que ensaiavam... Era a mais recente do Derick.
Quando ele me viu, veio em minha direção.



“Yasmin... Eles andam cada vez mais inspirados. Não é que já arrumaram uma melodia pra letra que fiz?!”, Derick.
“Ficou linda...”, estava mesmo impressionada.
“Eu fiquei tão entrertido aqui que esqueci de te dar a carta... Pode ler agora?”.
“Posso sim.”.
“Então vamos até lá fora, que aqui fica impossível.”.




Fomos até o jardim do prédio. Ele tirou um rascunho do bolso e me entregou. Eram folhas de papel com algumas das canções que ele compôs. Apenas uma frase que não era, ‘Melanie, escrevi todas essas canções pensando em você... ’, simples e romântico. Ele mal parecia real de tão adorável.




Devolvi as suas folhas antes de comentar, “Ficou ótimo. Só precisa entregar pra ela.”.
Ele respirou fundo, “Amanhã faço isso... Depois de passar a limpo. Mas você não acha que tô parecendo um bobo mandando uma carta dessas? Ainda mais hoje que todos usam e-mails...”.




Sorri, “Claro que não. Ela vai adorar.”.
“Quer comer alguma coisa comigo? Podemos ir numa sorveteria aqui perto.”.
“Se não for te atrapalhar, eu aceito.”.




Tomamos sorvete onde costumávamos frequentar com todos juntos, após as tardes no clube.
“Acho muito legal o que faz com as suas amigas no clube. Poucas pessoas ainda pensam em ajudar o próximo...”, Derick.




“Pena que a maioria nos procura apenas pra ficar com alguém... Agora tem uns montando uma listinha e vem nos procurar pra ajudar. Isso que irrita. Quando é assim, nem ajudamos. Nem todos tem um sentimento sincero como o seu.”.
“Mas e você, Yasmin? Quem te ajuda?”, a pergunta que sabia que chegaria mais cedo ou mais tarde.




“Por hora, prefiro assim... Agora só ajudo os outros.”.
Ele ficou me olhando por algum tempo, sem falar nada. Não conseguia encarar os seus olhos, mas adorava ver como o vento brincava com os seus cabelos.




“A Sally me contou sobre o André... Desculpa, sei que não deveria perguntar pra ela, mas não fazia ideia do que tinha acontecido... Você tem me ajudado tanto, queria poder te ajudar também, Yasmin...”.
“Tudo bem. Mas acho que nisso ninguém pode me ajudar, Derick. Já estou bem, não me importo mais com isso.”, menti, porque não queria falar sobre aquilo. Já não conseguia mais pensar no André e na Raquel sem que sentisse dor.




Ele ficou olhando fixamente os meus olhos novamente, não comentou, mas eu pude notar que ele conseguiu encontrar a verdade neles... Fiquei imaginando se estava tão perceptível assim o mal que aquele assunto me causava, porque a expressão do Derick pesou antes que ele desviasse seus olhos de mim.




Depois de pouco tempo, comentou, “Adoro o colorido que o cair da tarde causa... Olha como tudo parece ficar mais bonito...”, ele admirava as coisas ao redor.
Eu mantive o meu olhar preso nele e passamos mais um daqueles momentos, que eu apreciava, em silêncio.




Preferi passar aquela noite sozinha, em meu quarto. Sentia falta do tempo em que ficava simplesmente sem fazer nada um pouco antes de dormir. Repensando em tudo o que tinha acontecido no dia.




Naquela noite, pensei no que sentia pelo o Derick. Não doía gostar dele. Mesmo sabendo que ele e a Melanie, muito provavelmente, estariam logo namorando, não conseguia ficar magoada com aquilo... Um pouco de inveja, por não ter a sorte dela, mas só. Gostava de me sentir assim... Pensar no Derick me deixava sentindo uma paz interior que apenas em raros momentos já havia sentido e em nenhuma vez foi tão agradável. Dormi ainda sentindo o meu coração acelerado, foi bom poder sorrir com aquela sensação.




No dia seguinte, sexta-feira. Sally confirmou que podíamos deixar o ‘SOS Amor!’ fechado por aquele período. Ela trocou as costumeiras companhias do segundo intervalo para ficar com o Jack, eu a conhecia e me perguntava até quando ela conseguiria manter as coisas assim...




Durante a tarde recebi o texto da peça e fiquei lendo, não gostava, mas até para cuidar do figurino era preciso ler a peça toda. A Sally adorava aquilo tudo, ainda mais quando a Fernanda disse que ela seria a mocinha da peça. O Ítalo também participava, mas não era o seu par romântico. O Ernani seria, mas também era um de seus amigos, então...




A Mariana só estava preocupada em ter que se apresentar na frente de tanta gente. Sempre adiantada, já tinha todo o poema decorado e ensaiado. Para ela, estava longe de estar bom.
Derick não colocou a carta no correio. Não saberia dizer se foi por estar mesmo ocupado ou por falta de coragem.

2 comentários:

  1. Sem fotos tinha esquecido de como o Derick é tao fofinho *-*
    A Min tem sorte...

    Beijos

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  2. O Derick é mesmo uma graça *-*
    Só a Mari não tem sorte, coitada =/ Tbm quem manda ser burra ò.ó



    Bjooo

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