sexta-feira, 15 de agosto de 2014

18- Ignorar os fatos não os altera

 Desviou o olhar, coçou a cabeça e soltou um sorriso nervoso, “Assim sou obrigada a escolher consequência...”.
“Rá! Isso não vale...”, aquela reação dela só me deixou preocupada e aguçou ainda mais a minha curiosidade.


“Claro que vale. Oxi! Pode parando de gracinha. Nem sei por que fez essa pergunta se já me conhece... Escolhe logo a consequência.”.
“Aff, Lilly... Que bobeira é essa, prima? Tudo o que é dito aqui, morre aqui. Senão nem teria graça essa brincadeira... Contar os segredos que anima as coisas. Para de criancice e conta logo pra gente.”, Talita.


Os olhos da Sally se encheram de água novamente e o mesmo sorriso nervoso voltou a pintar o seu rosto, “Meninas... Vocês sabem que eu não confio em ninguém... Mas eu até contaria isso, como sempre conto os meus segredos, sem me importar com o que fariam com ele. Mas esse eu não posso... Não é só meu o segredo. E...”, as lágrimas começaram a descer pela sua face, “Pra ser sincera, não sei o que pensariam de mim, ao saber disso... Não suportaria que me dessem aquele olhar de decepção. Esse olhar é pior do que uma facada. Eu nem quero mais brincar... Preciso ir dormir...”.


“Meu Deus, Sally... Você diz essas coisas e nos deixa com o coração na mão. Nunca te deixaríamos. Somos um time, lembra?”, Mariana.
“Acho que nenhuma de nós ainda quer brincar, Lilly. Fica aqui do nosso lado e desabafa, prima. Isso tá te fazendo mal. Não vamos te olhar desse jeito aí, nem vamos revelar o seu segredo. Não confie na gente, mas nos deixe te ajudar, por favor... Estamos preocupadas.”, Talita insistiu, mas não duvidei de que a intenção dela era a mesma que a minha, mais preocupação do que curiosidade.


“Eu amo vocês por serem assim... Mas vocês realmente acham que eu não gostaria de contar pra vocês?!”, Sally.
“Então...”, a interrompi.
“Mas eu não posso. Não vou. Se não quiserem mais ser minhas amigas por conta disso, vai ser uma droga, mas acho que terão alguma razão pra isso... Boa noite...”, e saiu chorando para o seu quarto. Ela era dramática, mas aquilo realmente parecia sério.


Talita se levantou e notei que também chorava, “Que droga essa garota! Eu a conheço tão bem e não consigo saber o que é... Vou lá tentar falar com ela. Boa noite, meninas.”. Fiquei impressionada com a ligação entre as duas. A Talita era descolada e enérgica. Vê-la chorando apenas por ver que algo fazia mal a prima foi surpreendente para mim. Poucas coisas me faziam chorar, e só chorava quando a dor havia se tornado incontrolável.


Eu e a Mariana nos olhamos ainda sem ter digerido toda a situação.
“O que mais me deixa preocupada é que a Sally nos conta até o que não queremos saber, se ela não conta isso e ainda fica nesse estado... Mas por que ela continua vendo esse cara se isso é tão ruim assim? Ela disse que poderíamos até pensar mal dela...”, Mariana.
“Pois é... Mas ela tinha me falado bem dele. E numa vez que a vi se arrumando pra se encontrar com ele, ela parecia até animada. Não consigo entender... Ela é doida, mas tem algo de errado aí. A gente tem que ficar de olho nela, Mari... A Li é feito criança, precisa de alguém tomando conta dela. Amanhã a gente precisa conversar com o Jack, eles dois são mais próximos, talvez ele saiba de alguma coisa...”.

 “Verdade! Então a amanhã a gente pergunta a ele... Acho que tentar falar com ela agora não é uma boa ideia, né?!”, Mariana.
“Não vai adiantar mesmo... E a Talita já tá lá...”.
“Então vamos dormir... Nunca pensei que ‘verdade ou consequência’ fosse uma brincadeira tão ruim assim...”, ela parecia falar sério o que me fez rir.
“Não era pra terminar assim... Até amanhã.”.


O dia seguinte era feriado e não teríamos aula. Levantamos bem cedo e fomos para a casa em que passei as minhas férias. Tínhamos marcado com alguns colegas de passarmos o dia lá. Só com nós três a casa já ficava pequena, não fazia ideia de onde todo aquele povo ficaria.
Na parte da manhã eu e as meninas aproveitamos a piscina enquanto ainda não estava lotada.


Combinamos um almoço numa lanchonete, todos nos reuniríamos lá. Excetuando o Ernani, todos compareceram.
Numa mesa: Eu, o Derick, a Mariana, a Sally, o Scott, o Luan e o Ítalo.


Na outra mesa: A Talita, o Ricardo, o Jack, o Caio e o Vinícius. Como o esperado, muitas brigas, mas mesmo assim conseguimos rir bastante.


Assim que chegamos à casa, trocamos de roupa e caímos na piscina. Quando vi que a Sally estava distraída, fui até o Jack.
“Jack, preciso conversar com você... É sobre a Sally. Mas acho que lá dentro é melhor.”.
Sua expressão passou a ser de preocupado e mesmo assim me acompanhou até a sala sem fazer nenhuma pergunta.


“Jack, você sabe de alguém com quem a Sally tenha saído, mas sem ser o Ítalo ou o primo?”, estava implícito nos nomes que citei de que tipo de encontro falava.
Ele ficou surpreso com a pergunta, mas não comentou, “Se você tá me perguntando é porque ela não quis contar...”. Não tinha levado em consideração a fidelidade do Jack.

6 comentários:

  1. Rá! Eu achei que ele não contaria! u.u
    Ok, posso estar falando cedo demais... Mas acho que ele só fala se for muito bem convencido de que é pro bem dela =[ Ou se for enganado...

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  2. Jack é melhor do que isso! *--*
    Ok, eu sou suspeita! kkkkkkkkkkk.

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  3. Hum, eu não sei. Mas acho que tem algo envolvido com a escola, ou melhor, o diretor. Sim, tenho uma mente nada educativa.
    Continuando>>

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  4. Uhuh
    E Suh está de volta com força total. :p
    Preocupada com a Sally... =(
    Estava com saudades dessa turminha. *-*

    Beijos e continue assim... =)

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