domingo, 31 de agosto de 2014

21- Não há segredo que perdure...

Scott acariciou o rosto machucado da namorada, pediu que ela subisse em suas costas e saiu de nossas vistas.
“Merece mesmo ser traído, esse idiota!”, Mariana ainda estava com os ânimos exaltados.

“Mariana, sobre o que acabamos de conversar?!”, diretor.
“Desculpa...”, Mariana não parecia arrependida.

“Bora logo, né, gente!”, Sally, assim como eu, ansiava por ouvir o que aconteceu.
“Sally, se não for pedir muito, gostaria de conversar com você na minha sala agora.”, Ákyl.
Vi Sally engasgar.
“Tá bom.”, depois falou conosco, “Podem indo... Já, já conversamos... Min, não a deixe esconder nada da gente.”.

A porta foi fechada após entrarem. Eu e a Mariana trocamos olhares que transmitiam o mesmo pensamento... Esperaríamos por ela ali, mas com segundas intenções.
“Ninguém mandou ela ser cheia de segredinhos.”, Mariana.
Ficamos bem próximas da porta e não resistimos a encostar nossas cabeças na parede. Controlamos a nossa vontade de rir até que começamos a ouvir a conversa.

“Com a estagiária de português?! Nunca vi vocês juntos!”, Sally parecia indignada e surpresa.
“Espero que me perdoe, Lilly... Mas acho que com ela posso construir uma vida novamente... Com você não posso, por mais que eu queira.”, o diretor falava com uma voz abatida.
Eu e a Mariana nos encaramos surpresas. Tínhamos mesmo ouvido certo?! Sally e o diretor! A pior parte é que assim as coisas faziam mais sentido...

“E você não vai mais querer amizade comigo?”, ouvíamos a voz trêmula da Sally.
“Apenas se você quiser, mas espero que entenda que as coisas não poderão mais ser como eram...”, era difícil ouvir o que ele dizia...
“Eu não sou tão lerda assim, né... E já vi que acabei de perder um amigo... Vocês são todos iguais...”.
“Ei, não fique assim... Não chore que me sinto ainda pior...”.
Precisei controlar o meu impulso de abrir a porta e consolar a minha amiga.

“Aff, Ákyl... Sei que nunca houve paixão entre a gente, mas somos amigos há tanto tempo... Quantas vezes já não consolamos um ao outro?! Meu Deus! Eu juro que não estou magoada por você querer um relacionamento com a moça lá, mas eu sei bem o que isso implica e isso sim que...”, ela suspirou e pude imaginar o Ákyl a abraçando.
“Não seja boba, lindinha... Sabe que te amo e sei que também tem amor por mim... Do que mais uma amizade precisa?!”.

“Prefiro esperar pra ver, Ákyl... Bem, espero que seja muito feliz! Afinal é isso o que importa! Agora é melhor eu lavar o rosto antes de encontrar as minhas amigas, sabe como é, né.”, podia imaginar a Sally forçando sorrisos...
“Obrigada por tudo...“, sua voz embargou novamente, “E principalmente por não ter escondido a verdade de mim.”.
A conversa parecia ter terminado... Eu e Mariana nos distanciamos da porta, mas sem nos esconder.
Sally passou pela porta e direcionou um sorriso abatido para dentro da sala. Fechou a porta e abaixou a cabeça. Trocou as pernas em meios passos e esbarrou uma das mãos na parede que ficava de frente para a sala da direção. Vi suas pernas perderem a força.

Apressamo-nos para socorrer nossa amiga. Ela chorava em silêncio, parecia engasgar com falta de ar. Não poderia compreender a relação deles dois, mas senti raiva e nojo do diretor. Como ele pôde deixar a Sally naquele estado... Ela soltou um grunhido de choro ao se surpreender com a nossa presença e então não conseguiu mais parar... Olhou para a porta desesperada e entendi que não queria que ele ouvisse. No mesmo instante fomos com ela para as escadas e antes de descer dei uma última olhada no corredor que acabávamos de deixar, a porta estava se abrindo... Mas ele não nos seguiu e duvido que tenha nos visto. Um covarde como ele não poderia encarar o estrago que tinha feito... Lamentei por minha amiga durante todo o caminho até o dormitório.
“Vocês ouviram tudo, né...”, ela conseguiu dizer enquanto se acalmava.
“Sim... ”.
“E tão aqui mesmo assim?! Mesmo sabendo que sou desprezível... Que decepcionei vocês...”, ela mal conseguiu olhar nos nossos olhos.

“Você desprezível?! Aquele diretor é que é desprezível!”, Mariana sempre me surpreendia com suas mudanças de humor drásticas.
“Ah... Também nem é assim. Vocês não conhecem a história toda, por favor, não façam julgamentos... Por mais difícil que seja.”.

6 comentários:

  1. Eu sabia!
    Mãe Diná que me aguarde!rsrsrsrsrsrsrsrsrs

    Menina, tadinha da ly... Tomara que o Jack a console como merece... ¬¬"

    Agora... Aquela Luiza anda colocando chifres no Scott? Aff.

    AMANDO!

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  2. kkkkkkkkkk, dá até medo de tu, Mita!!

    Jack?! Sei não...

    Chifres = FATO! =/

    Thankks!! *--*

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  3. O.o Eu to de cara... Prefiro ler tudo antes de cometar... O.O

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  4. Ham, até imaginava! HÁ!!!11
    Continuando>

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