domingo, 20 de dezembro de 2009

5- Entre a noite e o dia

“Priminho! Ah, como é bom ter todos vocês por perto! Se a Mari também estivesse bem aqui, eu poderia morrer feliz da vida!”, Sally dizia radiante logo após ter pulado no pescoço do primo numa forma de abraço.


“Então já se conhecem?”, o Derick se referia a Sally e a mim.
“Claro, essa chata me enche o dia todo! Só não sabia que vocês eram amigos...”, Sally naturalmente implicando comigo.
“Ah, não... Nos esbarramos há pouco tempo.”, Derick.



“Hum... Tô sabendo... Vem pra cá, senhorzinho.”, Sally puxando o Derick pelo braço para perto de si, ”E a senhorita, se cuida que sou ciumenta, viu?! O meu primo é areia demais pro seu caminhão. Hun!”, Sally dizia em tom divertido, mas eu podia apostar que ela falava sério. Tentei não rir.


“Ah, eu me lembro dela! É a amiga que você tanto falava, não é?! Essa é a Yasmin?!”, perguntou a Talita. Eu ficava tonta perto dos parentes da Sally, todos tinham uma beleza que se destacava. Só achava um pecado todos aqueles piercings no rosto.


“Sou sim... Também me lembro de vocês. Passaram algumas férias em Primavera com a Sally, quando crianças, não foi?!”.


“Isso mesmo. Queria conhecer a outra amiga de vocês. A Sally falou tanto de vocês durante as férias que já simpatizei com as duas.”, ela gesticulava bastante ao falar.


Fiquei com eles pelo resto da noite. Nunca faltava assunto com a Talita e o Ricardo, daquele tipo de pessoa que conhece um pouco de tudo. E apesar de guiarem o rumo da conversa, não era entediante.


Cheguei a ouvir alguns comentários do Jack, o que eu raramente ouvia.


Quando a Mariana apareceu, ficou entre a gente por meia hora, até que eu notei o seu cansaço e resolvi falar por ela.


Sally preferiu continuar na companhia dos seus primos.


Eu e a Mariana voltamos para a casa e caímos em sono pesado.


Levantei tarde ao sentir o cheiro de comida vindo do andar de baixo. Ao descer as escadas vi a Sally dormindo no sofá da sala, fiquei imaginando o quanto que ela não devia ter voltado cansada.


“Bom dia, Min. Só desce pra comer... Tsi, tsi...”, Mariana estava bem humorada.


“Bom dia, empregada!”, também estava.
“Rá! Se ficar falando besteira vou deixar você passando fome...”, rimos.


“A outra não deu conta nem de subir as escadas... Tenho até medo de saber o que ela aprontou ontem à noite.”.


“Quando acordei, tentei falar com ela pra ir pra cama, mas quase levei um tapa com os reflexos dela.”.
“O tanto que você é agressiva acordada a Sally é dormindo. Duas doidas que fui arrumar como amigas...”, brinquei.


“Não vai contar o que tá acontecendo entre você e o Luan?”, não gostava de fazer perguntas pessoais a Mariana, porque, como eu, ela era reservada e eu me sentia um pouco intrometida, mas quis arriscar.


“Ah... Você percebeu?!”.
“Achei você mais disposta...”.


“Antes das férias terminamos...”, a Mariana disse entre uma colherada.
“E agora são amigos?”.
“Sim. O Luan é uma pessoa muito especial.”.


“Por que não nos contou nada?”.
“Desculpa... Eu ia contar, só não queria tocar nesse assunto durante as férias... Coisa minha.”.


A Sally só foi acordar umas quinze horas. Ela tinha uma mania engraçada... Ao acordar não gostava de falar (não falava), só falava qualquer coisa que fosse depois de, no mínimo, escovar os dentes. Saiu do banheiro, após trocar de roupa e nos fez companhia na cozinha.


“Bom dia, queridas amigas, maravilhosas, que mais amo no mundo!”, Sally cantarolou.
“Conta logo o que você aprontou ontem...”, Mariana.


“Peguei os loirinhos da minha vida e recebi um bilhetinho de certo alguém querendo uma chance comigo, palavras dele... Nem vou pedir pra vocês adivinharem porque não teria como acertarem.”, os loirinhos eram o Ítalo e o Ricardo, com toda a certeza.


“Então conta logo.”, fiquei ansiosa.


“O Raffael!”, fez uma pausa antes de continuar, “Gente, vocês ouviram o que acabei de dizer?! O Raffael... Sabe aquele do time de basquete, do segundo ano e super pop! Ele me deu um bilhetinho dizendo sobre o quanto gostaria de uma chance comigo e que eu não iria me arrepender e blá, blá, blá fofis...”.


“Cara, tipo, ele disse umas coisas que deu a entender que tá gostando de mim, mas como?! Poucas foram as vezes que conversamos e isso quando eu ainda era líder de torcida... Não sinto atração por ele... Acho ele super legal mesmo, mas pra beijar... O que eu faço, gente?!”.


“Ué, você que tem que saber... Disse que não quer beijá-lo, então já sabe o que fazer...”, Mariana.


“Ah... Fiz a pergunta errada. Como, gente?! Não tenho cara de chegar nele e dizer: Oi. Não tô afim. Tchau. ’. Preciso de ajuda...”.


“Por que não faz que nem ele e manda um bilhetinho?!”, sugeri.
“Hum... Nem tinha pensado nisso... Ah, gente, obrigada! O que seria de mim sem as chatices de vocês na minha vida?!”, era um elogio.



“Já são que horas?”, Sally.
“Umas quinze... Vai sair?!”.


“Oh, my God! Combinei de sair com o povo às duas horas... Até que eu me arrume... Senhor, só chego atrasada!”, saiu desesperada até o guarda-roupa. Em uma hora estava pronta, o que vindo dela era um milagre.

2 comentários:

  1. Achei a Talita uma graça. Fora linda, ham? *-*
    Hum, Derick e Yasmin. Então, eu acho que ele é um bebê comprado a Yasmin. Ou melhor, a Yasmin já é uma mulher madura, e o Dereick parece tão inocente.
    Enfim, só lendo não é?
    Continuando>>

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  2. Ela é bastante animada.
    Não só parece como é, BF. .-.

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