domingo, 21 de dezembro de 2014

29- A vida continua...

Ficamos em silêncio até que o táxi chegou. Eu entrei imediatamente.
“Rua Antiga Vasco. Última casa da rua, por favor.”, Derick disse para o motorista ainda sem entrar no táxi. E jogou umas notas de vinte reais no banco.
“Você não vem também?”, perguntei quando percebi que ele não tinha intenção de entrar.
“Não... Tchau, Yasmin.”.
 E o carro seguiu o caminho indicado.

Talvez tivesse chorado demais na noite anterior, porque apesar de sentir muita vontade de chorar novamente, as lágrimas não vinham.
Ao chegar encontrei as meninas na sala.
“Viu, Sally?! Está feliz agora?!”.
“Você nem sabe o que aconteceu. E de qualquer forma, eles precisavam arrumar isso!”.
“E isso era muito da sua conta, né! Aff!”.


Elas começaram a discutir quando me viram.
“Silêncio, por favor...”, disse, enquanto me jogava no sofá.
“Shiu! A Min precisa de silêncio.”, Sally.
Mariana a fuzilou com o olhar.
“Min, o que aconteceu, amiga?”, Sally usou a sua voz mais amável ao perguntar.

“Deixa ela, Sally! Não acha que já deu por hoje?! Aff! Vem comigo pra cozinha...”, pegou a Sally pelo braço e a puxou na direção da cozinha, “... Que você pode não saber fazer porcaria nenhuma, mas vai me ajudar mesmo assim!”.
Permaneci sentada por algum tempo, enquanto ouvia as duas continuarem com a discussão na cozinha; variando entre sussurros e gritos.
Sabia que elas só iriam parar quando eu contasse o que tinha acontecido. Levantei-me e fui até elas.

“Ele se desculpou e acho que agora vai se afastar um pouco.”, escolhi as palavras com cuidado para que elas não começassem com perguntas que eu não tinha a intenção de responder.
“Aff! Eu sabia que ele ia começar com alguma palhaçada dessas! Mereço!”, Sally.
“E mesmo assim você trouxe ele, né!”, Mariana.

“Acho que vou escrever a resposta pra quando você me jogar na cara isso de novo, assim me poupa tempo!”.
“Isso, escreve mesmo, talvez isso faça o tempo voltar atrás ou quem sabe no futuro você pense antes de agir!”.
As duas bufavam e se encaravam.

“Ok, espero que a comida não fique ruim por causa do humor das duas...”, tentei amenizar.
“Desculpa, Min... Ela fica pegando no meu pé!”, Sally.
“Eu queria era poder bater em você, sua insuportável!”, Mariana.
Quando elas começavam, só muita paciência mesmo... Comecei a voltar para a sala.

“Ei, Min... Ele tem essas frescuras, mas é só ter paciência e insistir que dá certo. A Melanie é tipo um amor impossível e ele sabe disso, vai esquecer mais cedo ou mais tarde. Você é a realidade... Não desista. Você é mesmo importante pra ele...”, Sally tentando me dar esperanças.
“Para, Sally!”, Mariana ainda irritada.
“Min, ele não te quer, se quisesse estaria com você agora. A fila anda... Se ele não quis, tem quem queira. Você é a mais popular daquele colégio, impossível não ter vários garotos que fariam de tudo para estar com você! Troca essa roupa, arruma esse cabelo e vamos dar uma volta pela cidade... Num segundo você encontra alguém!”, Mariana.

Eu já tinha conflitos internos o suficiente para ter as minhas duas amigas com sugestões tão distintas.
“Meninas, lamento informar, mas só quero passar o restante do dia aqui mesmo e sem falar sobre isso novamente. A vida continua...”.
Elas se calaram.

Derick tinha mesmo se afastado e eu já estava tão acostumada com a sua presença que era difícil não me pegar distraída e triste pensando nele.
Precisei arrumar uma forma de unir o Scott e a Mariana sem ajuda, por fim. Não demorei tanto tempo quanto imaginei. Na terça-feira do dia seis de outubro, já tinha tudo planejado e em execução.

Havia conseguido fotografar a Luíza com um rapaz do time de basquete. Uma foto estava acima de suspeitas, imaginei... E apesar de saber o quanto aquilo seria cruel, enviei a foto para todos os celulares dos alunos que conhecia, inclusive o do próprio Scott.
No segundo intervalo estavam todos comentando sobre isso. Achei estranho que naquela altura o Scott ainda estivesse normalmente sentado à mesa com a namorada, o Luan e a Mariana, como se não soubesse de nada.

Pensei que o plano não fosse funcionar, mas uma das alunas se aproximou da mesa dele e jogou um celular sobre a mesma.
“Foi por esse tipo de garota que você me trocou, Scott?! A vida dá mesmo voltas... Faça bom proveito dessa vadia!”, ela gritou e sequer tomou o celular de volta.

Todos na mesa ficaram assustados. Mas a Luíza pegou o celular primeiro.
“Meu Deus!”, e colocou a mão na boca enquanto lágrimas pulavam de seus olhos, “Essa é a pior maldade que alguém poderia fazer! Amor, olha o que fizeram...”, e passou o celular para o Scott, “Essa montagem horrível!”.
Só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto que ele acreditasse nela diante daquela foto. Mas sabendo o quanto ele era teimoso, não seria nenhuma grande surpresa.

2 comentários:

  1. Ain, estou mortificada pela Mim...E sinceramente... De badboy a panaca, Scott???? -.-'
    Eu não consigo sentir raiva do Derick... Porque??? Ç.Ç

    E estou começando a achar que essa vaca dessa Luiza mereceu mesmo a surra que a Mari deu nela! Afff ¬¬"

    ResponderExcluir
  2. Scott é teimoso demais!
    Mari é teimosa demais!
    xx'

    Não queira sentir raiva dele não... çç'

    Não valoriza o Scott, foi bem feito mesmo!! uu'

    ResponderExcluir