sábado, 20 de dezembro de 2014

24- O passado realmente passou?

Durante aquela tarde, assim que a Mariana foi para a sala do clube de literatura, a Sally me contou sobre os seus planos.
“Min, eu tô me sentindo péssima por ter atrapalhado de alguma forma o romance entre a Mari e o traste... Eu não consigo me arrepender por ter contado pra ela a verdade sobre o tudo o que o Scott fez, mas me arrependo por ter insistido com esse assunto. Eu ainda não o acho bom o suficiente pra nossa amiga, mas sei lá... Quem sabe um não arruma um pouco os defeitos do outro, né?! Preciso tirar o peso da minha consciência, Min...”.
“Mas você não tem culpa de nada. E a Mari precisava saber a peça que ele era. Ele que parece ter esquecido de tudo que te fez...”.

 O Scott foi uma criança muito levada. Ele vivia participando de brigas. E isso não nos incomodaria senão fossem por suas famosas brincadeiras de mau gosto... Ele subia até o último andar do prédio da escola e ficava cuspindo nos alunos, jogava pedras, e até comida... Quando estava muito inspirado, enchia garrafas com todo tipo de nojeira e jogavam em quem quer que fosse... Sally sempre tinha o azar de estar no lugar errado.

 Eles dois brigavam constantemente e Sally acabou por se apaixonar. O que nunca entenderei. Não havia um aluno no colégio que não soubesse da paixão que ela nutria por ele... E quando isso chegou até os seus ouvidos... Ele passou a tratá-la bem, era simpático, deu fim em suas brincadeiras. Ficou assim por um mês ou mais...

Até que Sally não foi mais capaz de se conter e resolveu se declarar. Ela encheu o armário dele de corações de papel, chocolate e cartinhas. Lembro muito bem daquele dia. Eu estava com a Raquel quando vi o Scott abrir o armário e jogar todos os presentes no chão. Ele ficou rindo e dizendo sobre o quanto ela era ridícula. O corredor estava lotado, todos os alunos ficaram surpresos. A maioria ficou horrorizada com a atitude dele, mas nem mesmo isso fez com que a Sally se sentisse melhor.

Eu não perdoaria se estivesse no lugar dela. Mas após um mês os dois já se falavam novamente. Mais uma vez ele apareceu como um garoto adorável. Tratava a Sally muito bem... Até que ele arrumou uma namorada e a deixou de lado. Mas ela o perdoou por diversas vezes. Nunca tiveram um romance de fato, mas ele sempre soube dos sentimentos dela e usou isso como uma diversão pessoal do mesmo jeito. O pior que a Sally não foi a única. Acho que apenas por isso ela deixou de perdoá-lo. Só não entendia o que as meninas viam nele... Nem o que ainda veem.

A convivência só fez com que o rancor crescesse entre os dois. Para a Sally estar pensando em alguma forma de ajudar a amiga a ficar com ele, só provava o bom coração que tinha. Mas eu odiava que ela se sentisse sempre culpada por coisas que não deveria.
“Sei que ele não esqueceu, só ignora como sempre. Mas uma coisa é verdade, Min... Isso já foi há tanto tempo... Me sinto uma idiota quando penso nisso. Se ele estiver pensando por um segundo que for, em fazer com a Mari o mesmo que fez comigo... Há-ha! Eu mato esse garoto! Mas mato mesmo!”, por um instante desejei que isso acontecesse, apenas por achar engraçada a visão.

 “Sei, só tenho amigas violentas! Mas os dois não fazem nada... Não acho certo nos metermos novamente. Depois a culpa é nossa...”.
“É... Sei disso. Mas preciso, Min. Odeio ver a Mari desse jeito. Pode não dá certo, mas e se der? De qualquer forma, ficar imaginando é bem pior... E a Mari também não merece isso. Sinceramente, espero que dê tudo certo. O Scott também precisa disso.”, ela começou a rir, aparentemente do nada.

 “Já falei pra tomar os remédios antes de sair...”, brinquei.
“Fiquei imaginando esses dois juntos.”, ela continuava rindo, “Porque a Mari só tem cara de quietinha... Pensa o Scott todo metido a gostosão do pedaço sendo mandado por ela! Isso até me faz lembrar de quanto ela bateu nele... Nunca fui tão feliz!”, pude rir com a minha amiga louca.

 Eu não conseguia parar de pensar na Sally e no diretor. Não havia nada que pudesse justificar o ocorrido. Se aquilo me atormentava, ficava imaginando o que não fazia com ela. E sabia que havia muito mais que ela não nos contou e, se a conhecesse bem, enfeitou tudo o que aconteceu...
“Li...”.
Ela me fitou e reconheceu a minha intenção, “Nem vem, Yasmin. Ainda mais aqui. Já disse que não existe nada que me faria fazer isso com ele...”.

 “Já deixou isso bem claro da última vez.”.
“Ué... Então...”, enrugou a testa e ficou sem jeito, “... Você me olhou com uma cara que pensei que fosse esse o assunto...”, me fez rir vê-la ficando sem graça.
“Só quero que saiba que pode contar comigo. Não precisa guardar segredos... Somos amigas; confiar faz bem.”, não era exatamente o que desejei dizer. A verdade é que ainda tinha esperanças de que o diretor fosse parar na cadeia. Mas era o que a minha amiga precisava ouvir.

 Seus olhos passaram a brilhar com as lágrimas que se formavam; ela chorava com tanta facilidade...
“Min... Brigada. Acho que da minha forma louca, confio em vocês. Vocês não são as amigas mais compreensivas do mundo, mas não deixam de estar comigo mesmo assim...”, ela sorriu timidamente e olhou de relance para o chão antes de concluir, “Amo vocês!”.
Gostava de me limitar ao “Eu também...”, não que não as amasse, mas porque sempre achei que fosse uma palavra especial demais para ser dita de qualquer forma. Enquanto ela me abraçava, foi inevitável não me lembrar do André e do quanto me odiava por um dia ter dito essas mesmas palavras para ele.

8 comentários:

  1. Ok, agora eu to querendo matar o Scott! :(
    E cara, se eu fosse Sally tb mataria o garoto... Meu, o que ele fez foi trash... O.o
    Ok, ele parecia ter mudado, quando narrou. Eu espero mesmo, pelo menos com a Kate ele foi um gentleman... Eu sei que não sou fã da Mari, mas não gostaria que ela passasse por isso não! Aliás... Nenhuma mulher merece... :(

    Eu não sei o que pensar do diretor... Estou aflita pra saber a versão completa da história quando a Sally narrar... Eu prefiro deixar pra dar minha opinião ali. Sei que o Diretor está errado de qq maneira... Mas a gente não manda no coração... =/

    Tá perfeito, Suh querida!

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  2. Elas tiveram e tem motivos para pensar o que pensam dele... Ele mudou sim, mas querer que elas acreditem nisso de uma hora pra outra é querer d+ e o Scott apesar de ter mudado, não vê o ocorrido da mesma forma que elas.

    O que aconteceu entre eles é complicado mesmo, mas não acredito que te leve a pensar muito bem dele quando a Sally narrar. Na verdade, pensando bem... Acho que só vai piorar. xx'

    Obrigada, Pah!! *--*

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  3. Q ótimo agora podem formar o casal mais odiado das histórias... kkkkkkkkkkkkkk

    A diferença é q o Scott cresceu e mudou suas atitudes.... Quem sabe a Mari mude tbm né?


    Bjoos Xuh

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  4. Euri!! kkkkkkkkkkkkkkk.

    Tenho esperanças, Deh! \õ/

    =*

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  5. Atus perfeitas miga.
    Que raiva fiquei do diretor, usa a garota mas pra namorar ela eh nova demais? dedo pra ele kkkkkkk
    Não sabia que a sally tinha sido apaixonada pelo scott estou surpresa nunca tinha imaginado embora de tanto odio so podia ter amor por tras XD.

    beijos

    P.S E DA PROXIMA VEZ AVISA QUANDO ATU, EU TAVA NO DIA 1 AINDA u.u

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  6. Obriigada, amiga!! *--*

    kkkkkkkk, pois é. =S
    Muita coisa já aconteceu na vida deles, aos poucos vou mostrar o que puder! =P

    =*

    PS: Vai pro ruivo, porque eu aviiiso sim! ¬¬'

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  7. Acho que a última pessoa que pensaria que já gosto do Sott seria à Sally. Foi algo que me deixou supreso.
    Até já pensei na Mimi e o Cott, mas enfim, NADA AVER!!
    Estou louco com a fanfic, esta maracvilhosa *-*

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  8. Pra você ver... ><"
    Thanks!!! *w*

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